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Oferecido pelo Saga, do Blog Midnight Club.



Fazer uma dedicatória :
"Amigos de verdade não se separam apenas seguem caminhos diferentes."

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A todos que por aqui passarem (:

Quem nunca perdeu?

O frio tenebroso da chegada da última oportunidade, o suor da inimiga angústia que nos consome o ar e contorce o nosso estômago, o espreitar de uma lágrima que se suicida até sentirmos o seu sabor nos nossos lábios. O chegar do limite das nossas potencialidades.

Quem escreve sua história sabe, que um simples lápis não apaga derrotas que um dia nos atormentaram, é ele que em linhas mais ou menos certas escreve uma corrente de palavras bem guiadas mas cheias de rasuras. Um lápis que insiste sistematicamente em cair de entre os nossos dedos. E, de forma irónica brinca connosco, nos faz rebaixar mais uma e outra vez, nos obriga a uma espécie de vénia a algo tão ordinário como um lápis. Testa de forma inteligente a nossa já esgotada paciência e nossa força de recomeçar.

E o meu lápis vai-se quebrado a cada palavra escrita. Talvez me esteja a pedir um simples recomeçar…

A verdade, é que nem tudo é como escrevemos, nem como um dia pintamos. Talvez haja alturas em que usamos as cores erradas, naquela impecável tela que em tempos foi rara devida á sua limpidez e agora nos sobrecarrega o consciente. Somos um pincel incómodo que passeia entre linhas e traços mal aprofundados e nos rouba gotas de tinta.

Perder, ninguém gosta; ganhar, todos querem, mas nem sempre conseguem…

É assim...

"Como escritor, conto histórias e as pessoas dão-me dinheiro. Depois são os gestores de contas que me contam histórias e eu dou-lhes dinheiro."
Martin Cruz Smith (Escritor Norte-Americano)

Actor mal amado

A cortina fechou, a luz apagou-se. De joelhos ficas-te colado a esse chão já mais que gasto e encardido de histórias, empoeirado de lágrimas e riscado de passos. Fez-se silêncio. Não houve palmas, nem ovações, nem tão pouco gritos que entoassem o teu nome. Tu perdes-te, caíste, erraste! Não foste quem querias nem mesmo quem devias.

Suaste, penetraste-te profundamente naquele ser, mas estavas vazio de ti. Faltou-te alma e coração. Estavas tão oco que nem uma árvore morta, ignoras-te o segredo da vitória. Tinhas o tudo e foste o nada.

A plateia, essa olhava atónita esse teu espectáculo árido, nem um sorriso era esboçado, apenas se sobressaía um olhar aturdido. De todo um corpo coberto de músculo e energia para se movimentar, apenas as pálpebras se moviam a cada passo que davas de um lado para o outro do palco.

Esqueceste de ser quem eras. Escorregas-te naquela lágrima seca, sem vida, que deixas-te cair. E pelo chão ficas-te. Não tiveste coragem de ir mas longe, de dar um passo em frente.

Viste a cortina se fechar, a luz apagar, o silêncio a vir, e no chão te deixas-te ficar.

Note.

[Imagens recolhidas do Google e do DevianArt]

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