O frio tenebroso da chegada da última oportunidade, o suor da inimiga angústia que nos consome o ar e contorce o nosso estômago, o espreitar de uma lágrima que se suicida até sentirmos o seu sabor nos nossos lábios. O chegar do limite das nossas potencialidades.
Quem escreve sua história sabe, que um simples lápis não apaga derrotas que um dia nos atormentaram, é ele que em linhas mais ou menos certas escreve uma corrente de palavras bem guiadas mas cheias de rasuras. Um lápis que insiste sistematicamente em cair de entre os nossos dedos. E, de forma irónica brinca connosco, nos faz rebaixar mais uma e outra vez, nos obriga a uma espécie de vénia a algo tão ordinário como um lápis. Testa de forma inteligente a nossa já esgotada paciência e nossa força de recomeçar.
E o meu lápis vai-se quebrado a cada palavra escrita. Talvez me esteja a pedir um simples recomeçar…
A verdade, é que nem tudo é como escrevemos, nem como um dia pintamos. Talvez haja alturas em que usamos as cores erradas, naquela impecável tela que em tempos foi rara devida á sua limpidez e agora nos sobrecarrega o consciente. Somos um pincel incómodo que passeia entre linhas e traços mal aprofundados e nos rouba gotas de tinta.
Perder, ninguém gosta; ganhar, todos querem, mas nem sempre conseguem…
3 comentários:
Prenda para ti no meu blogue.
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«Quem escreve sua história sabe, que um simples lápis não apaga derrotas que um dia nos atormentaram, é ele que em linhas mais ou menos certas escreve uma corrente de palavras bem guiadas mas cheias de rasuras.»
O texto está fantástico e faz-nos pensar, adorei *.*
- beijinhos
"Talvez haja alturas em que usamos as cores erradas, naquela impecável tela que em tempos foi rara devida á sua limpidez e agora nos sobrecarrega o consciente."
Adorei :)
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