
Um pouco de luz rasga-se por entre as cortinas da janela e mostram-me que já não é cedo, a manhã já vai longa mas o sono abraçou-me até agora. Tento olhar para o relógio mas a luz do sol ofusca-me o olhar e sinto ainda os olhos pesados e embriagados depois de uma noite que ainda não tive completa noção da sua história.
Sinto uma preguiça aberrante percorrer-me todo o corpo, e uma felicidade inexplicável a dominar a minha alma e a estampar-me um sorriso estúpido na cara de quem está apaixonada mas ainda não se apercebeu. Abraço-me aos lençóis brancos nos quais sinto um cheiro afável e familiar…desperta-me os sentidos e recordo com um impacto tremendo que aquela noite não foi tão comum como pensará, foi fugaz mas foi capaz de tocar a minha pele e arrebatar o meu coração. Sei bem que foste tu quem me amou durante toda aquela noite, que foi contigo a meu lado que adormeci e que é o teu cheiro que está estampado naqueles lençóis.
Dou meia volta na cama e um pequeno arrepio percorre-me a espinha. Um cartão em cima da travesseira que foi tua por uma noite, um “Amo-te” lá escrito que me fez mais que sorrir, soltou borboletas no meu estômago e um nervoso miudinho de quem encontrou o seu príncipe encantado.
Não sais-te de casa há muito tempo, o teu espaço na minha cama ainda solta o teu calor…